Falésias
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20SábadoOutubro 2018>17SábadoNovembro 2018
Exposição de fotografia de Luís Dias Ribeiro.
Inaugurada no dia 20 de outubro, sábado, às 16 horas.
De 20 de outubro a 17 de novembro
Horário
De terça-feira a sábado, das 15 às 19 horas.
Luís Dias
Nasceu em Carvoeiro, concelho de Mação, em 1955.
Cursou Artes do Fogo na Escola António Arroio, Lisboa.
Foi fundador da ARTES – Associação Cultural do Seixal, tendo sido presidente no biénio 1991-1992, e da AAAGP – Associação de Amizade Artes Galego Portuguesa da Figueira da Foz.
Foi distinguido com o Prémio Distri no 1.º Salão de Artes Plásticas, S. Pedro de Sintra.
Encontra-se representado em diversas coleções particulares em Portugal e no estrangeiro.
Obras da sua autoria integram as coleções do Clube dos Jornalistas, Lisboa; Casa de Pessoal da RTP, Lisboa, Direcção-Geral da Administração da Justiça, Lisboa; câmaras municipais de Aljezur, Arruda dos Vinhos e Seixal; museus Tavares Proença Júnior, Castelo Branco, Dr. João Calado Rodrigues, Mação, e Diogo Gonçalves, Portimão.
Está referenciado nas publicações «Aspectos das Artes Plásticas em Portugal», de Fernando Infante do Carmo; «Artes Plásticas Portugal, o Artista, Seu Mercado», de Narcizo Martins; «Arte 98», de Fernando Infante do Carmo; «Pintura Portuguesa – 100 Pintores», Edição Oro Faber, e mencionado no «Catálogo Nacional de Antiquários e de Arte» da wditora ESTAR, 1988.
Participou em diversas intervenções, tais como painel alusivo ao massacre de Santa Cruz, Timor Leste, no Jardim do Seixal; painel alusivo ao 25 de Abril, iniciativa da Galeria Ninho do Mocho, St.ª Marta de Corroios; painel promovido pela ARTES – Associação Cultural do Seixal, oferta à Câmara Municipal do Seixal e no painel alusivo à emigração, Festa do Avante!, 1995.
Expõe, individual e coletivamente, desde 1988, estando presentemente a comemorar 30 anos de atividade.
Quando Luís Dias Ribeiro me desafiou a escrever um texto para a sua primeira exposição de fotografia, lembrou-me de imediato o que senti quando assumi idêntica «aventura», ou seja, aceitar que o seu olhar quando faz fotografia é em primeira instância dirigido na busca de elementos que fazem parte da especificidade própria da linguagem de pintura.
O olhar de um artista, que já pratica a técnica da pintura há mais de trinta anos, não pode deixar de se sentir tocado e inspirado pela plasticidade de tudo o que observa no seu quotidiano e muito menos pela riqueza cromática das imagens que pode captar através da objetiva da máquina ao observar a natureza que o rodeia. Olhares que sempre ficaram registados na sua memória e influenciam também já a pintura que venha a desenvolver no futuro.
De todo este registo de memórias, que tem vindo a crescer já há muito tempo, fazem parte estas fotografias que ganharam sentido pelo título de Falésias, e que, como o Luís Dias Ribeiro referiu, pertencem à paisagem que caracteriza o litoral do Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina, em busca de imagens «em tons ocres sobre falésias arenosas» e «falésias xistosas», espaços a que o autor tem ligações afetivas.
Como poderemos ver nas obras apresentadas, para além da ligação da obra ao espaço a que pertence, Luís Dias Ribeiro não deixou de assumir uma operação reflexiva, procurando consolidar os seus conteúdos em volta das suas intenções e das particularidades e especificidades deste medium técnico. Como observou Rosalind Krauss, a «fotografia não é só incapaz de cortar os laços com o mundo exterior do qual ela constitui, inevitavelmente, um indício, ela também é incapaz de situar o momento da sua percepção no presente absoluto, dado que o registo que introduz, no "agora" dessa experiência é, inevitavelmente, o de algo do passado».
Francisco Palma
Almada, 2018
Telefone 915 633 228