A Serpente e a Pítia
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19SábadoNovembro 2022
Espetáculo por O Grito (Seixal), no âmbito do 39.º Festival de Teatro do Seixal.
Classificação etária: M/ 16 anos.
Duração: 90 minutos (com intervalo de 15 minutos).
Dramatização de dois poemas do autor francês Paul Valéry (1871-1945), na tradução isométrica e rimada de José Vaz de Almada, «A Serpente e a Pítia» começa por nos apresentar uma Pitonisa (sacerdotisa e áugure da Antiguidade) no momento em que é imolada pelo fogo.
Nessa morte simbólica, as duas naturezas desta «profetisa» (termo que equivale a «poetisa») podem finalmente unir-se, e dela surgir a poesia. A Pítia descreve a progressão do trabalho poético – similar ao trabalho alquímico – do grito para o discurso ordenado, do corpo para o espírito, da matéria para a ideia. O poeta é um demiurgo cujos poderes (ilusionistas, é certo) poderiam recriar o próprio cosmos.
Em seguida, a Serpente do Génesis, essa suprema mestre da ilusão, vem lembrar-nos que a poesia se faz contra o mundo como o conhecemos, contra a própria criação, que ela vê como um erro, uma queda. O discurso sibilino e blasfemo da Serpente, pleno de derrisão, sarcasmo e humor negro, subverte assim todos os valores instituídos.
Ficha técnica
Texto: Paul Valéry | Tradução e conceção: José Vaz de Almada | Interpretação: Ana Rodrigues e José Vaz de Almada | Cenografia, desenho e operação de luz: Daniel Verdades.
Formulário online
Informações bilheteira.cultura@cm-seixal.pt ou 915 635 090 (de segunda a sexta-feira, das 10 às 12 e das 14 às 17 horas)