Sérgio Valente, Um Fotógrafo na Revolução

  • 22
    Sábado
    Abril 2017
    >
    27
    Sábado
    Maio 2017
15.00 h

Exposição de fotografia numa parceria com a Cooperativa Árvore e Edições Afrontamento.

A cerimónia de inauguração da exposição, dia 22 de abril, sábado, às 16 horas, conta com uma conversa à volta da exposição e do livro que lhe dá o nome, com a participação de Sérgio Valente e Rui Silvestre.

O livro estará também à venda e decorre ainda uma sessão de autógrafos no local.

Integrada no programa das comemorações do 43.º aniversário do 25 de Abril.
 

De 22 de abril a 27 de maio

Horário
De terça-feira a sábado, das 15 às 19 horas.


Sobre

Realizada em torno da obra do fotógrafo portuense Sérgio Valente, a exposição retrata, em 40 fotografias, aspetos do processo de desenvolvimento e refluxo revolucionário no Porto, percorrendo os itinerários políticos na cidade até ao ano de 1982 e terminando, com a cobertura pelo fotógrafo, dos trágicos acontecimentos de 1.º de Maio desse ano que culminaram na morte de dois jovens manifestantes em recontros com a Polícia de Intervenção de Lisboa.

A exposição tem origem na publicação do álbum «Sérgio Valente, um fotógrafo na revolução». Com texto de Rui Pereira, investigador do Centro de Estudos Comunicação e Sociedade da Universidade do Minho e prefácio do historiador Manuel Loff, o livro, composto por cerca de meio milhar de imagens da autoria de Sérgio Valente, dá seguimento a uma primeira publicação sobre a obra do fotógrafo, «Sérgio Valente, um fotógrafo na oposição» (Ed. Afrontamento, 2010), ele mesmo ativista político, três vezes detido pela PIDE. Nesse volume é amplamente documentada a atividade oposicionista na cidade do Porto durante os anos 1960 até ao 25 de Abril de 1974, parte de cujo espólio aparece, agora, recuperado nas páginas iniciais deste segundo volume. Destacava-se nessa primeira obra aquela que é até aos nossos dias, a mais completa e detalhada cobertura fotográfica do Congresso da Oposição Democrática, realizado em 1973, na cidade de Aveiro.

Para além dessa memória, a presente obra e a exposição que a complementa, documentam um vasto número de acontecimentos e seus protagonistas que a objetiva de Sérgio Valente foi captando entre os anos de 1974 e 1982, na cidade do Porto.

«Este livro é uma obra da qual pode dizer-se que se situará, algures, quase entre o tudo e o coisa nenhuma. O que a preenche, tanto quanto a presença dos acontecimentos registados pela Rolleicord de Sérgio Valente, são as suas lacunas, o seu carácter não estratégico, desinteressado, generoso. Do fotógrafo como dos sujeitos fotografados. São retratos de tempos outros, abnegados; por assim dizer, pré-cínicos [...]. Aí se acumulam acontecimentos de maior ou menor relevância factual e política com outros, breves apontamentos do pulsar dos dias inusuais que se seguiram a 25 de Abril de 1974 ou dos seus substitutos, os dias mais usuais que lhes sucederam após o 25 de Novembro de 1975. Aquela era também a cidade do Porto, através de cujas  fotografias pode ir-se observando o crescimento das árvores na Avenida dos Aliados, de uma para outra das peregrinações de Maio; a cidade do crescimento dos homens e mulheres que vão guardando ou reconvertendo as suas opções, perdendo barbas e cabelos com o passar dos anos; que vão acumulando o que lhes vai parecendo serem as suas vitórias ou derrotas colectivas conforme os tempos iam correndo.»
Rui Pereira, «O homem da câmara de fotografar», em Sérgio Valente, Um Fotógrafo na Revolução


Sérgio Valente

Nasceu no Porto em plena ditadura salazarista, no seio de uma família carenciada e politicamente desperta. Cedo iniciou uma participação social e política que se tornou cada vez mais ativa, marcada por três factos relevantes: a campanha eleitoral do general Humberto Delgado; a tentativa, bem-sucedida, de não ser mobilizado para a Guerra Colonial; e as três prisões a que é sujeito pela PIDE, em 1969, 1971 e 1973.
Na luta contra o regime, qualquer acontecimento lhe serviria de pretexto para baralhar a ordem estabelecida. A coragem e a convicção da razão que o movia, mais fortes do que o medo, marcaram a sua intervenção e percurso de vida. Fotógrafo de profissão, descobre na sua máquina uma arma com enorme potencial de denúncia e de memória.

Público-alvo
Geral

Telemóvel 915 633 228

Preço
Entrada livre

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