Autarquia não aceita encerramento dos CTT de Paio Pires

-
02 Mar '18

Apesar de todos os esforços e todas as ações de protesto promovidos pela população, pelos trabalhadores e pelas autarquias, a estação dos CTT de Aldeia de Paio Pires foi encerrada esta semana. A câmara municipal não aceita esta decisão e está solidária com a luta da população.

A autarquia continua a aguardar pela reunião solicitada anteriormente ao primeiro-ministro e irá reunir-se no próximo dia 13 de março com a Comissão Parlamentar de Economia, Inovação e Obras Públicas, para poder reverter esta situação.

Joaquim Santos, presidente da Câmara Municipal do Seixal, lembra que «naquela estação são atendidas mais de oitenta pessoas por dia, ou seja, mais de duas mil e quinhentas por mês. Se isto não é serviço público, então não sei o que seja.»

Este encerramento prejudica cerca 15 000 habitantes, com um número significativo de pessoas com dificuldades de mobilidade, e que a esta estação se deslocavam para serviços de grande importância para as suas vidas, como o levantamento da reforma ou o pagamento de contas e para quem, naturalmente, a distância será um fator extremamente negativo. 

Referir que a autarquia do Seixal esteve presente na manifestação promovida pelos trabalhadores do grupo CTT, no dia 23 de fevereiro, no Marquês de Pombal, em Lisboa, contra a redução de pessoal e o encerramento de estações dos correios.

No passado dia 5 de fevereiro, as populações e autarcas dos municípios do Seixal, Loures, Alpiarça e Odivelas, em conjunto com a União das Freguesias de Camarate, Unhos e Apelação, Junta de Freguesia de Riba de Ave, União das Freguesias do Seixal, Arrentela e Aldeia de Paio Pires e União de Freguesias de Queluz e Belas, estiveram presentes na sede dos CTT em Lisboa, para reivindicar que as estações dos CTT dos respetivos municípios não fossem encerradas. A Câmara Municipal do Seixal entregou ainda nesse dia mais de 2 mil postais recolhidos num curto espaço de tempo assinados pela população de Paio Pires que exige a manutenção deste serviço.

Joaquim Santos, presidente da Câmara Municipal do Seixal, reafirma que «não se dá importância às pessoas nem ao serviço público que se deve prestar, pois para a administração dos CTT apenas os valores financeiros importam e nem sequer demonstram preocupação com a confidencialidade e privacidade do serviço de distribuição postal, estando dispostos a entregar o serviço a qualquer pessoa». O autarca lembrou ainda que «só em 2017 os CTT tiveram um lucro de 72 milhões de euros, pelo que não se justifica tal medida». Joaquim Santos referiu também que «o serviço postal prestado, assegurado por um comerciante, por mais competente que seja, não corresponde ao serviço que atualmente é assegurado pelos trabalhadores dos CTT», pelo que apela à população de Aldeia de Paio Pires que «continue a lutar pela reabertura da estação dos CTT».

 

Partilhar

Está aqui