O Que Guardo nos Meus Cadernos

Exposição de diários gráficos de César Caldeira.

Inaugurada no dia 15 de setembro, sábado, às 17 horas.

De 15 de setembro a 13 de outubro

Horário

De terça-feira a sábado, das 15 às 19 horas.

Sobre o César

O trabalho do César documenta itinerários, situações, visitas, encontros. As legendas ao correr do rectângulo da folha assim o testemunham. Elas próprias constituem um complemento, não só verbal, mas também pictórico do desenho. E remetem, muito subtilmente, para uma mundividência bem-intencionada e positiva, muitas vezes imbuídas de humor.

Estes desenhos chegam-nos como um sublimado da luz, cor, das formas, mas também do espírito das coisas e sobretudo dos sítios. Denunciam um sentido de observação constante, que se torna atitude, pois tudo parece ser ponto de partida para um traço – uma festa a que se foi, um passeio ao campo, uma viagem, um objecto que se destacou de uma paródia de amigos, uma imagem de Lisboa das marchas populares, um azulejo, uma estátua, uma cadeira de bunho ou uma gravata. O mundo é uma companhia que o desenhador se oferece a si e nos oferece a nós, o que nos permite usufruir do prazer imediato de reconhecer a realidade ali figurada, por um lado, e de lhe descobrir a luz, a alegria e a abertura intrínsecas, por outro. As imagens aceitam e devolvem a realidade, celebrando-a natural e humildemente. Acrescentam-nos uma nova leitura do que já vimos, proporcionando-nos uma revisitação guiada ao antigo, ao português, ao popular de que nos esquecêramos. 

Não podemos, portanto, deixar de nos sentir acolhidos na naturalidade, pois os desenhos do César são generosos.

Sofia Castro