Ode aos Meus Homens ou O Maior Silêncio do Mundo

Espetáculo por Teatro Bravo, no âmbito do 42.º Festival de Teatro do Seixal.

Classificação etária: M/ 14 anos . Duração: 90 minutos

«Ode aos Meus Homens ou O Maior Silêncio do Mundo» é uma criação de Rafael Diaz Costa, a partir da biografia ficcionada do autor, pensada nas intersecções da memória, virilidade, palavra, liberdade sexual e revolução. O espetáculo parte da exposição e partilha das vivências do autor para estabelecer um diálogo com o público, em torno de um carrossel de emoções e reflexões.

Segundo o Observatório de Discriminação de pessoas LGBTQIA+, 20 anos após o início do século XXI, a taxa de suicídio em Portugal entre jovens desta comunidade é sete vezes superior à de jovens heterossexuais. Da mesma fonte, sabemos que os serviços públicos são os lugares onde se verificou maior ocorrência de discriminação, presente igualmente na rua, locais de trabalho, casa, escolas, bares e discotecas.

O discurso de ódio nas redes sociais, as invasões e ataques a eventos e locais LGBTQIA+ por parte de extremistas aumentaram 185 por cento, resultado da normalização e crescimento de forças e discursos antidemocráticos. Em vários países, verificam-se retrocessos na conquista de direitos LGBTQIA+ como, por exemplo na Itália, Hungria, Rússia, Polónia e Estados Unidos, noutros ainda se verificam penas de prisão e sentenças de morte que criminalizam o afeto, o amor, a paixão.

Por isso, esta obra começa com a declaração: «A minha cama é um lugar político». O objetivo é defender os direitos adquiridos ao longo da história e promover a garantia de estruturas que protejam cidadãos discriminados, na crença de que a arte tem um papel fundamental nesta defesa. Afinal, o amor é muito, tanto, por vezes parecendo tudo, mas só e apenas o amor.

Dopamina, oxitocina, serotonina e norepinefrina são os neurotransmissores envolvidos no desencadeamento do amor ou da paixão em todos os seres humanos, independentemente de terem orientação heteronormativa ou LGBTQIA+. Desta forma, também são comuns as sensações de euforia, apego e fixação experimentadas por todos os seres humanos, diferindo somente aquele que é amado ou desejado por cada um.

Independentemente das orientações sexuais, esta é uma obra que toca no mais profundo do que é comum a todos, porque nos fala sobretudo de amor. Do amor que une um pai e um filho, do amor entre irmãos e entre amigos, dos relacionamentos afetivos e dos conflitos inevitáveis sempre que a vida muda o rumo das nossas histórias.

Ficha técnica e artística

Texto e interpretação: Rafael Diaz Costa | Encenação: Iris Macedo | Movimento: Carolina V | Desenho de luz e som: Filipe Pacheco | Voz off: Gonçalo Lino Cabral | Fotografia: Filipe Ferreira | Apoio à produção: Teatro Papaléguas.
 

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