Quinta da Trindade

Percorrer os dois andares do edifício principal da Quinta da Trindade é, ao mesmo tempo, fazer uma viagem pela história da azulejaria em Portugal. Trata-se de um espólio riquíssimo, de cerca de 8000 azulejos, com uma abrangência cronológica bastante ampla. Nesta quinta dos finais do século XIV encontram-se azulejos hispano-árabes do século XV, enxaquetados do século XVI, azulejos de padrão do século XVII, raríssimos painéis de transição da policromia para os azulejos azuis e brancos dos finais desse mesmo século e até um painel com o topónimo da Quinta da Trindade da fábrica Lusitânia, já do século XX.

A origem da Quinta da Trindade remonta aos finais do século XIV, aquando da fundação de um convento pela ordem da Santíssima Trindade, que também fundou no mesmo espaço a ermida da Boa Viagem. O terramoto de 1755, destruiu as duas estruturas e a reconstrução do edifício ficou a cargo de Manuel Martins Gomes Júnior, também conhecido como o Rei do Lixo ou apenas Martins, que construiu também uma estrutura mais pequena de planta quadrada, semelhante a um pequeno castelo.

Por todo o edifício podemos encontrar, além do significativo património azulejar, pinturas setecentistas no tecto de uma das salas e elementos arquitectónicos de várias épocas, restos de estatuetas de conventos, mosteiros e igrejas que ficaram abandonados após a extinção das Ordens Religiosas em 1834, e que Martins recolheu e aplicou na Quinta. Merece ainda destaque o jardim de árvores exóticas e um pequeno pavilhão neomedieval, conhecido como casinha da praia, por dar acesso directo ao rio.

O Núcleo da Quinta da Trindade está instalado na zona residencial da antiga propriedade agrícola, situada na Azinheira, Seixal, onde se integra edifício classificado de Imóvel de Interesse Público (Decreto n.º 516/71, de 22 de Novembro). Para além de reservas e outras áreas técnicas, estão instalados o Serviço de Conservação e Inventário Geral, o Serviço de Arquitetura e Área de Arquitectura e Património Cultural Imóvel.

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