Olaria Romana

Localizado na proximidade de Corroios, o Núcleo da Olaria Romana da Quinta do Rouxinol visa a preservação e musealização de sítio arqueológico classificado de Monumento Nacional (Decreto n.º 26-A/92, de 1 de Junho). O seu espólio constitui uma das mais importantes coleções de cerâmica romana do nosso país, ilustrando profusamente o papel que a olaria do Rouxinol terá desempenhado no abastecimento local a Olisipo (Lisboa) e aos vários centros conserveiros da região, entre os finais do século II e, pelo menos, as primeiras décadas do século V.

Informações orais remetem para os anos 1960 os primeiros achados de espólio romano na Quinta do Rouxinol, antiga propriedade agrícola completamente urbanizada em inícios da década de 1980. Pouco depois da constituição do Ecomuseu Municipal do Seixal, prospeções de superfície realizadas pelos seus serviços, entre 1982 e 1983, permitiram recolher materiais que indiciavam o eventual funcionamento de uma olaria no local. Em 1986, o acompanhamento de obras de saneamento básico levou à descoberta dos vestígios de um primeiro forno, justificando que a Câmara Municipal do Seixal deliberasse conservar a estrutura in situ. 

A partir daí, detetaram-se dois fornos (e vestígios de um eventual terceiro) de produção de loiça doméstica, materiais de construção, lucernas e, principalmente, de ânforas destinadas ao envase e transporte de preparados de peixe e, provavelmente, de vinho. Muito próximo, duas fossas abertas na areia de base atestavam a rejeição de diverso material durante o processo de fabrico, encontrando-se repletas de espólio cerâmico (muitas vezes com formas completas ou quase), junto a madeira que não chegou a ser utilizada como fonte de alimentação da cozedura.

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