Festival do Maio 2021

Nos dias 28 e 29 de maio, sexta-feira e sábado, o Parque Urbano do Seixal recebe a segunda edição do Festival do Maio.

No dia 28 de maio, sobem ao palco A Garota Não, Luta Livre e Ana Tijoux e no dia 29 é a vez de Bezegol, Sérgio Godinho e Slow J.

Duas noites de concertos com propostas que têm como elemento central o seu discurso de intervenção, da política à crítica social, do ativismo ambiental às lutas contra a discriminação de etnia e género, passando pelas questões relacionadas com a defesa das identidades culturais e dos direitos à autodeterminação. 

Zona de street food com todas as normas das autoridades de saúde

Programa

28 de maio, sexta-feira

A Garota Não 

A Garota Não é o projeto da cantautora setubalense Cátia Mazari Oliveira, aquela que já é considerada uma das mais talentosas e interessantes artistas da nova música portuguesa.

Canta o quotidiano, tentando fazer um retrato do mundo de modo muito próprio. Pela sua voz, de forma poética e genuína, viajamos pelo amor, pelo sofrimento, mas também por uma música de intervenção do nosso tempo: são cantados problemas sociais, políticos, com o objetivo de transmitir a precariedade em que a maioria dos portugueses vive, com uma visão real e crua.

A Garota Não andou entre o mundo do jazz e a música popular brasileira até começar um projeto independente, que se concretizou no álbum de estreia «Rua das Marimbas n.º 7», no ano de 2019. As suas influências musicais são notórias, entre os quais a própria destaca Zeca Afonso, Sérgio Godinho e Fausto. 

No entanto, o que salta à vista é uma sonoridade muito própria e que tenta chegar às pessoas nos dias de hoje.

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Luta Livre

Luta Livre é o novo projeto do músico Luís Varatojo que resulta de um olhar interventivo sobre a sociedade e a atualidade. 

Nas palavras do jornalista Manuel Halpern: «É música de intervenção alicerçada na melhor tradição de Zeca Afonso, José Mário Branco, Clash ou Gil Scott-Heron, mas com uma linguagem estética aplicada à vida contemporânea, feita de ecrãs, redes sociais, frases curtas, movimentos rápidos. Musicalmente, também responde a essa nova essência mesclada, algures entre o jazz, o pop e o hip-hop, mas sem nunca se dispersar ao ponto de pôr em causa a clareza da mensagem. Mudam-se os tempos, mudam-se as canções. Mas a Luta continua.»

O escritor José Luís Peixoto acrescenta: «em abril, regressa a memória daquilo que o sonho de liberdade é capaz. Precisamos muito de quem nos avive essa memória. Ainda bem que continua a haver quem não tenha medo de dizer certas palavras, de cantá-las.»

«Se a pandemia ainda não revelara grande arte, abatendo-se sobre os criadores como susto, perplexidade ou demora, o Luís Varatojo desembruxou de vez a situação. "Iniquidade" é uma canção para o património do mundo. Belo Edgar Caramelo à solta nos saxofones, bela passada que, como dizia acima, se demarca porque nos vinga um pouco. Enquanto arte, enquanto gesto cidadão», escreve Valter Hugo Mãe.

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Ana Tijoux

Ana Tijoux, iniciada no hip-hop, atravessa as fronteiras do género, muito graças à poderosa trajetória como artista a solo que iniciou em 2009 e que a transformou na figura chilena de maior relevância internacional da sua geração.

Com cinco discos gravados desde 2007, uma agenda de turnés e festivais por mais de quinze países das Américas e Europa desde 2009, colaborações com figuras globais como a mexicana Julieta Venegas, o uruguaio Jorge Drexler ou a palestiniana Shadia Mansour, um Grammy Latino conquistado em 2014 e outras seis nomeações aos prémios Grammy e Grammy Latino são alguns dos destaques de uma carreira em que a consciência política está sempre presente no discurso e na ação.

O rebentar da crise social no Chile em outubro de 2019 não deixou Ana indiferente, que respondeu a tempo e com a coerência que a caracteriza lançando o seu «#cacerolazo», uma explosão de ação sonora que apela ao movimento e à dança como resposta de rebeldia alegre contra a injustiça do sistema e a repressão do Estado. 

Inicia-se assim uma nova manifestação criativa que a levou a dar o nome «Antifa Dance» ao seu mais recente disco, repleto de ritmos urbanos, que pretende ser um abraço honesto para todas as pessoas que sofrem as injustiças deste sistema e lutam contra elas. 

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Beatbombers

Os Beatbombers, de DJ Ride e Stereossauro, campeões do mundo pela IDA World DJ, são dois rapazes que gostam de explorar as potencialidades do gira-discos enquanto instrumento musical, passam incontáveis horas no estúdio a aprimorar a arte de criar batidas, mas também não perdem oportunidade de sair e animar multidões de todos os tamanhos, em clubes ou em festivais.

Além da conquista dos dois títulos mundiais da IDA, conseguiram aplausos do público e da crítica, dentro e fora de portas, e aproveitam a sua arte e visibilidade para incorporar marcas da sua identidade cultural na música que fazem.

Em 2017, editam o álbum de estreia, «Beatbombers Lp», depois de já terem lançado em vinil um disco com ferramentas sonoras para scratch e muitos outros sucessos digitais ao longo dos anos. Com artwork de Vhils e a colaboração de artistas portugueses, como Slow J, Phoenix RDC, Fuse, Razat, Supa Squad, Holly, Maze ou os Bass Brothers, assinaram um dos melhores registos desse ano que conta ainda com as lendas internacionais DJ Kentaro e D-Styles, duas verdadeiras referências para o duo.

Tudo isso contribuiu para terem sido escolhidos para assinar a banda sonora do vídeo que apresentou Portugal como país anfitrião do Festival Eurovisão da Canção e também foi deles o som que acompanhou o espetáculo de fogo de artifício que saudou a chegada de 2018 no Terreiro do Paço, em Lisboa. 

DJ Ride e Stereossauro estão sempre prontos para mais música, mais bombas rítmicas, mais conquistas e mais desafios impostos a si mesmos, porque os «Beatbombers não sabem estar quietos».

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29 de maio, sábado

Bezegol

Bezegol é hoje um dos grandes «poetas urbanos» do panorama musical nacional, embora recuse rótulos e fórmulas musicais.

Porquê este nome? Porque assim lhe chamam desde miúdo, fruto de um timbre inconfundível e único na música que se faz em português.

Reggae, hip-hop e poesia urbana são os condimentos principais do seu trabalho, que lhe valeu o prémio de Melhor Act Nacional num Festival Português no Iberian Festival Awards 2019.

O último trabalho de Bezegol e da Rude Bwoy Banda chama-se «Sete» e conta com várias participações de outros músicos e amigos, entre os quais Rui Veloso. Juntos fizeram nascer «Maria», single que tem já mais de 6,5 milhões de visualizações e airplay em varias rádios nacionais, tendo sido um sucesso de norte a sul do país.

Sem conformismos e com uma forte mensagem, Bezegol apresenta-se no Festival do Maio.

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Sérgio Godinho 

Mesmo que não fôssemos ainda nascidos quando Sérgio Godinho se estreou discograficamente com «Os Sobreviventes», ou que não tivéssemos consciência política nessa altura, as suas canções tornaram-se (e são ainda) documentos maiores de uma época em que uns peneiravam os textos à cata de razões para os censurar e impedir de alastrar a um grande público, enquanto outros aplicavam o mesmo empenho em decifrar e descodificar os sentidos mais ou menos ocultos que alimentavam a esperança num amanhã melhor. 

O certo é que a pertinência dessas canções não se esgotou e foi ganhando novos sentidos à medida que o país e o mundo foram, afinal, conquistando e traindo promessas de sociedades mais justas e igualitárias.

Ao Festival do Maio, Sérgio Godinho traz «Nação Valente», o seu mais recente disco e espetáculo. Terá como pano de fundo as mais recentes criações do músico e que trouxeram colaborações com David Fonseca, Filipe Raposo, Hélder Gonçalves, Pedro da Silva Martins ou um velho companheiro, José Mário Branco, que partilharam com Sérgio Godinho as composições de uma parte significativa do seu 18.º álbum de estúdio.

Às canções que compõem o disco juntar-se-ão outras, menos recentes, das mais e menos conhecidas, e que por certo enriquecerão o retrato desta nação, necessariamente valente, feita de vida.

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Slow J

Aclamado pelo público e pela crítica, Slow J é, talvez, neste momento, o artista de hip-hop nacional que melhor faz a ponte entre o underground e o mainstream, tendo já conquistado uma vasta audiência. Alia as letras, intimistas e autênticas, a instrumentais poderosos e inovadores.

Editou o segundo álbum, «You Are Forgiven», no final de 2019, uma narrativa musical extremamente íntima e autobiográfica. Inspirada nas experiências reais da vida de J, esta obra foi concebida para converter energia negativa provocada pela fama e pela culpa, em sucesso privado e aceitação. Fala tanto para os jovens como para os adultos, convidando-os a não pararem de sonhar e a não deixarem a ideia de sucesso aos olhos dos outros limitar os seus sonhos e a sua genuína felicidade.

Em 2020 e com a sua digressão que, por opção, incluía apenas dez espetáculos que não se puderam realizar, Slow J editou os temas «Bem-vindo a Casa» e «Nada a Esconder» e, no final do ano, um álbum instrumental «Slo-Fi», além de algumas participações e trabalhos como produtor.

No dia 29 de maio, o Festival do Maio acolhe o primeiro espetáculo de Slow J desde a sua atuação no Coliseu dos Recreios, em novembro de 2019, com a certeza de que trará consigo a sua liberdade criativa.

 

 

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Mais informações


Abertura de portas: 17.30 horas.
Início dos espetáculos: 20 horas.
Duração do evento até às 23.30 horas.


Bilhete diário: 5 euros.
Bilhete Pack Grupo (bilhete diário para 4 pessoas/entrada em simultâneo): 15 euros.
Até aos 12 anos (inclusive): 2,5 euros.


Reservas e informações
- Ticketline (24 horas) 1820 | A partir do Estrangeiro ligue +351 217 941 400.

 

Locais de venda
- ticketline.sapo.pt;
- Fnac, Worten, El Corte Inglés , CC Dolce Vita, Casino Lisboa, Galerias Campo Pequeno, Agência Abreu, ABEP, MMM Ticket e CC Mundicenter;
- Balcão de informações da Biblioteca Municipal do Seixal (terça a sexta-feira, das 10 às 19 horas, e sábados, das 14.30 às 19 horas);
- Bilheteira do Fórum Cultural do Seixal (nos dias do espetáculo).

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