Festival do Maio

A 6.ª edição do Festival do Maio está de regresso ao Parque Urbano do Seixal nos dias 30 e 31 de maio, este ano com os portugueses Xutos & Pontapés, Mão Morta e Linda Martini, na primeira noite. A encerrar este grande evento da música de intervenção, mais um projeto nacional pela voz de Capicua, numa noite que conta também com o nigeriano Seun Kutie e Criolo, diretamente do Brasil.

ENTRADA GRATUITA*

* A entrada é gratuita, limitada à lotação do recinto e as portas do recinto abrem pelas 19 horas.

Este ano, a novidade é a existência de um dia inteiramente dedicado ao rock, com a presença de Xutos & Pontapés, que assinalam os 40 anos do mítico álbum «Cerco», e de outras duas grandes bandas nacionais, nomeadamente Mão Morta e Linda Martini, que vão trazer discos novos na bagagem. No segundo dia, o destaque serão as sonoridades tropicais afrobeat, mpb, reggae e hip-hop, trazidas pelas vozes ativistas de Capicua, Seun Kuti & Egypt 80 e Criolo, uma grande figura da música e da cultura brasileira da atualidade.

E porque «o que faz falta é avisar a malta», como dizia o músico Zeca Afonso, fica o convite aos apreciadores das artes, sobretudo da música de intervenção, neste festival que tem a curadoria do músico Luis Varatojo. 

PROGRAMA

Dia 30 de maio
XUTOS & PONTAPÉS – especial 40 anos do álbum «Cerco»

São a banda portuguesa de rock mais popular de sempre, tendo já sido condecorados pelo Presidente da República. Com uma carreira de sucesso com quase cinco décadas de existência e muitos milhares de discos vendidos, os Xutos editaram vários álbuns que marcaram a música portuguesa, entre estes «Cerco», que caiu como uma bomba no panorama musical nacional, em 1985. O álbum «Cerco» abordava questões sociais e políticas com que os jovens se confrontavam na época e propunha uma nova sonoridade que acabaria por marcar a identidade da banda. É com base neste álbum, mas envolvendo também outras canções de luta do seu vasto repertório, que os Xutos & Pontapés se apresentam no Festival do Maio 2025, num concerto único e imperdível.

MÃO MORTA

«Numa época em que o perigo do regresso do fascismo se torna palpável, não apenas em Portugal mas em todo o mundo democrático, os Mão Morta não podiam deixar de se manifestar e de denunciar este discurso polarizador, inimigo da complexidade e da argumentação, onde as posições de direita se mesclam com as da extrema-direita e as palavras de exaltada agressividade, mais os apelos inflamados ao ódio, criam na opinião pública uma predisposição para a destruição e o calar do outro. Foi sobre este recrudescimento das forças maléficas antidemocráticas e do seu comportamento arruaceiro, que os Mão Morta quiseram fazer um espetáculo, deixando claro os perigos que corremos e em que a democracia incorre.» Estas são as palavras dos próprios Mão Morta sobre a edição do seu mais recente álbum, «Viva La Muerte», que assinala os 40 anos de carreira.

LINDA MARTINI

Com mais de 20 anos de carreira, os Linda Martini têm reunido um culto fervoroso, de norte a sul do país, transformando os seus concertos em momentos de comunhão e catarse. Ano após ano, a banda vai surpreendendo com discos certeiros, aclamados pela crítica e pelo público. Há uma identidade vincada, inconfundivelmente sua, mas também uma procura constante de novos caminhos. O novo álbum, intitulado «Passa-Montanhas», mostra-nos, mais uma vez, a banda a fazer aquilo que sabe, canções de arestas aguçadas, nos sons e nas palavras.

Dia 31 de maio
CAPICUA

Capicua é Ana Matos Fernandes, rapper e letrista portuguesa, reconhecida pela sua escrita autêntica e carregada de consciência social. Nascida no Porto, desde cedo se interessou pela música e pelas palavras, fazendo das rimas a sua forma de expressão. Ao longo da carreira, lançou vários álbuns e mixtapes, destacando-se pela combinação de batidas intensas com mensagens sobre identidade, igualdade de género e justiça social. A sua abordagem poética e inteligente transformou-a numa das vozes mais influentes do hip-hop em Portugal. Recentemente, Capicua lançou «Um Gelado Antes do Fim do Mundo», disco que reforça o seu olhar crítico sobre a sociedade contemporânea, refletindo sobre incertezas e esperanças num mundo em constante mudança.

SEUN KUTI & EGYPT 80

Seun Kuti é um músico nigeriano, filho mais novo do lendário Fela Kuti e atual líder da banda Egypt 80. Desde cedo, absorveu a energia do afrobeat e o espírito de contestação característico do pai, mantendo viva a chama da música de protesto e da fusão entre ritmos africanos e o jazz. Ao longo dos anos, Seun conquistou reconhecimento internacional pelas suas atuações enérgicas e canções políticas. Em 2024, lançou o seu mais recente disco, intitulado «Revolution in Harmony», reafirmando o compromisso com o legado familiar e adicionando novas texturas sonoras ao género. O álbum apresenta arranjos sofisticados, letras em iorubá e inglês, além de parcerias com artistas contemporâneos que dialogam com a força rítmica do afrobeat. Com faixas intensas e repletas de mensagens de esperança e luta, o trabalho captura a essência vibrante da cultura nigeriana e ecoa a importância da consciencialização política e social no continente africano.

CRIOLO

Criolo, nome artístico de Kleber Cavalcante Gomes, é um cantor, compositor e rapper brasileiro, reconhecido pela diversidade do seu trabalho musical. O seu percurso começou na periferia de São Paulo, onde cresceu rodeado pela influência do rap, do samba e da música popular brasileira. Além da música, Ao longo da sua carreira, recebeu prémios e consolidou-se como uma das vozes mais importantes da cena contemporânea brasileira. A fusão de hip-hop, samba, afrobeat e outros géneros faz de cada trabalho seu uma experiência singular. Criolo chega ao Seixal com seis álbuns e muito assunto na bagagem, para encerrar a 6.ª edição do Festival do Maio. Promete ser memorável!

O Festival do Maio é uma iniciativa da Câmara Municipal do Seixal, com curadoria do músico Luis Varatojo e conta com a parceria media da Antena 3.

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