Seixal World Music 2023
A música que se faz pelo mundo está de volta ao Parque Urbano José Afonso, em Miratejo, com mais um Seixal World Music a acontecer nos dias 9, 10 e 11 de junho.
Shanbehzadeh Ensemble, com música e danças tradicionais do Golfo Pérsico, Karyna Gomes, Elida Almeida e África Negra, com os ritmos do continente africano, e a Criatura, que traz consigo um repertório inspirado na música tradicional portuguesa, são os nomes que compõem o cartaz deste ano.
Não faltará igualmente o usual espaço dedicado às associações de imigrantes do concelho do Seixal, sempre com muita animação, exposições de artesanato, gastronomia e muito mais, completando assim um programa inteiramente dedicado à promoção da tolerância, do conhecimento e da paz entre os povos.
Entrada livre!
Programa
9 de junho, sexta-feira
16 horas
Abertura dos espaços de restauração e artesanato
20 horas
Saeid Shanbehzadeh | Irão
Shanbehzadeh Ensemble é uma abordagem única sobre danças e músicas tradicionais originárias do Golfo Pérsico, mais especificamente da província de Bushehr, região sul do Irão.
Os instrumentos explorados desdobram-se entre a neyanbânn (gaita de foles iraniana), a neydjofti (flauta dupla), o dammam (tambor de dupla face), o zarbetempo (percussão), a flauta tradicional, o senj (espécie de prato) e o boogh (chifre de bode).
Um grande virtuoso da gaita de foles, Saeid Shanbehzadeh defende com paixão e convicção uma tradição algo marginal do Irão moderno, fazendo parte de uma geração de músicos que defende um legado musical que é transmitido in situ. Movido pelo vasto movimento migratório da atualidade, busca inspiração noutras expressões musicais espalhadas pelo mundo.
Saeid Shanbehzadeh | Zn Production | YouTube
22 horas
Karyna Gomes | Guiné-Bissau
Karyna Gomes, cantora e compositora, filha de pai guineense e mãe cabo-verdiana, nasceu em Bissau, cidade da África Ocidental, onde cresceu a ouvir música tradicional, urbana e ritmos de todo o mundo. Considera que a sua musicalidade está enraizada nos convívios de quintal, típicos das sociedades mestiças dos trópicos e do hemisfério sul e que é influenciada pela sua vivência em três continentes – África, América Latina e Europa.
Iniciou a sua carreira musical a cantar gospel no grupo Rejoicing Mass Choir em São Paulo, onde viveu cinco anos. Após regressar ao seu país natal, foi convidada por Adriano Ferreira (Atchutchi) para integrar o histórico e revolucionário grupo Super Mama Djombo.
Em 2014, lança o seu primeiro álbum, «Mindjer», bastante elogiado pela crítica nacional e internacional, nomeadamente pela «Blitz», que o considera um dos dez melhores editados em Portugal em 2014. Nesse ano é destacada, no seu país, com dois prémios de melhor cantora.
Em 2015, foi selecionada para um show case no Atlantic Music Expo e em 2016 para o conceituado Mercado de Visa for Music, em Rabat, que a levou a ser selecionada para vários festivais e salas em África e na Europa.
Em setembro de 2021 Karyna Gomes lança o seu segundo trabalho de originais, «N’na», pela Kavi Music, com uma sonoridade bastante atual e que promete mexer com o panorama musical europeu e africano.
Karyna Gomes descreve-se como «uma cantora urbana, mas que também tem uma raiz tradicional, como quase todos os músicos africanos. A minha música é isso mesmo, a minha música da Guiné».
Facebook Karyna Gomes | YouTube
10 de junho, sábado
16 horas
Abertura dos espaços de restauração e artesanato
Das 19 às 19.30 horas
Demonstração de capoeira | Santa Casa da Misericórdia do Seixal
20 horas
Criatura | Portugal
A Criatura é um eclético bando de músicos, artistas e gente que se dedica a revisitar a memória popular do território que habita e que, a partir dela, se propõe criar música e arte que nasce de outras formas de olhar, sentir e ser a tradição.
Depois de editarem o primeiro disco, «Aurora», em 2016, editam cinco anos depois «Bem Bonda», designação que deriva da expressão beirã para «já chega», um disco inspirado na tradição musical portuguesa, que tem como foco romper padrões culturais já saturados e desfasados da realidade portuguesa.
22 horas
Elida Almeida | Cabo Verde
Elida Almeida é uma das maiores vozes da atualidade cabo-verdiana, referida por muitos como a líder da nova geração musical do país, conhecida pela maturidade, talento e generosidade da sua escrita e interpretação. Deu-se a conhecer em 2014, ano em que foi descoberta pelo produtor José da Silva – também responsável por apresentar Cesária Évora ao mundo.
Oito anos depois, Elida Almeida faz um balanço do seu percurso, batizando o seu quarto álbum com o título «Di Lonji», que em crioulo quer dizer «de longe», uma escolha que não é inocente, procurando espelhar a sua essência e trajeto, retratando Elida, de onde vem, mas também todas as distâncias de Cabo Verde, da zona de origem ao caminho da concretização dos sonhos, com todos os fatores que o dificultaram, mas que foram ultrapassados.
Em «Di Lonji» podem ouvir-se sonoridades bem características do universo de Elida, como o batuque tradicional, ao não tradicional na linha do blues, ao tabanka, ao kola samba, que aos poucos se torna um ritmo latino, numa união que fortalece a relação da música de Cabo Verde com a música latina, até aos elementos eletrónicos. Elida revisita ainda o repertório dos Bulimundo ao regravar um tema que cresceu a ouvir: «Dimingu Denxo».
11 de junho, domingo
16 horas
Abertura dos espaços de restauração e artesanato
Das 18 às 19 horas
Dança puíta de São Tomé e Príncipe | Associação de Imigrantes Sem Fronteiras
Dança africana | Associação Raízes do Bairro de Santa Marta
21 horas
África Negra | São Tomé e Príncipe
Embaixadores do som de São Tomé e Príncipe e do Mama Djumba, África Negra é uma banda de culto com mais de quarenta anos de história.
Entre 1972 e 1974, quando as forças portuguesas ainda ocupavam a ilha e a liberdade era parca, começaram a tocar ao vivo nos fundões da capital, São Tomé, em bailes ao ar livre que juntavam as diferentes comunidades locais.
No início da década seguinte editaram LP de originais, através da memorável Iefe Discos, o que os fez passar por vários países, entre os quais Portugal, Angola e Guiné-Bissau.
A separação da banda, em 1989, não foi um ponto final no seu percurso: nos últimos 20 anos têm vindo a editar trabalhos novos e a atuar tanto em solo são-tomense, como em salas e festivais europeus, dando-se a descobrir pelos colecionadores de coletâneas de música da diáspora africana.
Apesar da triste notícia do recente falecimento do general João Seria, vocalista dos África Negra e um dos músicos mais importantes e carismáticos de São Tomé e Príncipe, a banda optou por manter as atuações que tinha agendadas para este verão no nosso país, nomeadamente a que acontece no Seixal World Music. Esta será também mais uma oportunidade de homenagear o general.
Em palco estarão o guitarrista original da banda, Leonídio Barros, o ex-saxofonista e agora guitarra solo, Toninho, o mítico vocalista Sérgio Fonseca, que colaborou em vários discos da banda dos anos 1980, Iju, também vocalista, e líder da banda Kua Nom, Martine Ramos, na bateria, Mimoso, no baixo elétrico, e o multi-instrumentista Dió Neves, que acompanhou a banda no histórico tour de Cabo Verde.
São assim esperados, além dos clássicos habituais, algumas novidades que servirão para eternizar a memória do «pai grande da banda» e para dar continuidade ao sucesso dos África Negra.
Facebook África Negra | YouTube
Gastronomia
Associação Cabo-Verdiana do Seixal
Potu Betu – Associação para o Desenvolvimento Social, Solidariedade e Cooperação com São Tomé e Príncipe
AAGA – Associação de Apoio à Comunidade dos Países de Língua Oficial Portuguesa
ANALP – Associação dos Naturais e Amigos de Lobata em Portugal (São Tomé e Príncipe)
Kamba – Associação de Angolanos do Concelho do Seixal
Associação Raízes do Bairro de Santa Marta
Associação Juntos Sem Fronteiras
Artesanato
Santa Casa da Misericórdia do Seixal – Centro Comunitário de Santa Marta
Associação Raízes do Bairro de Santa Marta
Junta de Freguesia de Corroios
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